quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Desisto

Um dia eu li a seguinte frase: "Não trate com prioridade aquele que lhe trata como opção". Achei verdadeira, mas acredite, ela se torna insuportável, doída e triste quando acontece com você. Ainda mais, quando você é a última das opções. Quando não tem nada melhor. Quando não existem desculpas. Quando não existem opções para serem opções melhores que você.

Aí você pensa que você é um nada! Que você representa vários zeros à esquerda. Que é o cocô da mosca do cavalo do dublê do bandido que, sequer, entrou em cena. E isso dói! Dói muito. Principalmente, quando você trata a pessoa com todo o amor e carinho.

Mas, tem coisa que ainda é pior: a falta de hombridade de dizer a verdade. Cozinhar você em banho-maria e deixar você com falsas esperanças de que você faz falta de que você é alguém que faz a diferença. Machuca você esperar o mínimo e nem isso receber. Magoa saber que você se contenta com quase nada e até isso lhe é negado. Entristece o leque de desculpas esfarrapadas que se escuta. Irrita o atestado de idiota que tentam lhe dar, com louvor.

Estou sofrendo. Muito! Mas, pela primeira vez, consciente do lugar no qual jamais pensei que, um dia, eu fosse ocupar: o lugar da última opção. O lugar do tapa buracos. O lugar do "se não tem tu, vai tu mesmo!".

Estou cansada de levar broncas sem motivo pelo fato de dizer que você me é querido. Estou cansada de mostrar que, para mim, você fez e faz diferença enquanto para você eu não sou nada. Nunca fui. Estou cansada de não receber um gesto de carinho espontâneo. Uma palavra verdadeira. Estou cansada de nadar e morrer na praia...

Desisto.