terça-feira, 29 de novembro de 2011

E, finalmente, acabou!

Ela sempre foi uma pessoa comum, mas de uma capacidade de acreditar nas pessoas e nos sonhos que poucos tinham e têm. Casou-se por amor, teve filhos lindos e levava uma vida normal, como qualquer mulher de meia idade. Como tudo na vida, a rotina estraga muita coisa. O que antes era belo naquela mulher passou a ser comum e, mais para frente, passou a ser feio. Ela foi se aquietando na vida e se esquecendo de si. Não se olhava. Não se achava, sequer sonhava ou acreditava como antes nas pessoas a sua volta.

Um dia, do nada, ele surgiu. E, o melhor de tudo, ele a viu. Com todos os seus defeitos, com toda a sua fragilidade por não ser nada de especial, exceto uma mulher de meia idade de vida comum, com sonhos engavetados. Ele a enxergou mesmo estando descrente de tudo e todos. E ele deu a ela o brilho dos olhos que encantava aos jovens, lhe deu sentido para ver a vida com brilho, lhe deu sorrisos em troca de olhares e olhares em troca de sorrisos. Ele lhe deu a oportunidade de sonhar e de acreditar nas pessoas.

Ela se apaixonou por ele, mas ele não se apaixonou por ela. Ela nada mais foi que uma válvula de escape para problemas que ele tinha e que não podia resolver por falta de opção e coragem. No momento que ele conquistou os dois, ele se foi e a deixou de lado. Ele não lembrou que quando ele chorou, ela lhe ouviu e secou suas lágrimas com beijos e afagos. Ele se esqueceu de que a vida não nos dá somente sonhos cor de rosa. Como ele, ela tinha vários problemas e com ele ela procurava a cumplicidade para achar soluções e não para gerar mais complicação para quem já tinha tantas coisas para pensar. Ela estendia as mãos sempre que ele estalava os dedos. Ela corria ao seu encontro quando ele queria... Nunca quando ela desejava porque ele nunca podia. Ela viveu para ele e por ele. E ela se contentou em não ser nada, apenas a velha válvula de escape.

Quando um dia esse homem conheceu uma mulher livre e mais nova, não pensou duas vezes. Chutou covardemente aquela que só lhe dava o que melhor possuía. E se ela não estava nos melhores momentos da vida, talvez ele tivesse sua parcela de culpa porque ele nunca podia ajudá-la quando ela precisava, mas somente quando ele queria. E, o mais cruel, não se importou de mostrar seu caráter usando de ameaças para se livrar do estorvo que antes lhe servia.

A mulher sofreu muito e apesar de tudo o que ouviu, ainda o perdoou. Coisas que só quem ama muito pode entender, mas não compreender... Ele está vivendo o que não viveu na juventude por ter casado cedo. Está vivendo um sonho de liberdade ao lado de uma pessoa livre, com amigos em comum e atividades afins. Aquela mulher mais velha, o poço de problemas, não serviu para nada, sequer para uma amizade depois de tantos segredos compartilhados, tantos olhares que diziam tudo...

Ele, agora, tem passado por incertezas materiais. Se ele possui alguma incerteza sentimental, não me interessa. Ele está colhendo tudo o que plantou. E, até mesmo a amizade que a mulher que tanto o amou já não é mais a mesma. Não adianta mais ele estalar os dedos. Ele trouxe de volta para essa mulher uma coisa que ela havia esquecido: seus valores como pessoa. Se ele não soube vê-los, ela soube encontrá-los, escondidos em sua carapaça usada durante anos para não sofrer as indiferenças sofridas em casa e na vida em geral. A indiferença dele tornou-a mais forte. Ela se recuperou e desabrochou para a vida. Pena que ela investiu 4 anos de sua vida dedicando-se a uma pessoa que não a via como ela pensava. Os olhos brilhavam por brilhar. Não por carinho, afeição ou amor. Ela não deixou marcas. Ele deixou cicatrizes, o que é bom. Olhando para elas, certamente, ela se lembrará de que caráter é uma coisa que poucos têm. É coisa de berço e se constrói com bases sólidas.

Vá viver sua vida, Don Quixote! Desbrave caminhos ao lado de sua amada. De agora em diante, caminhos distintos serão seguidos por esse homem e essa mulher. Vamos ver quem vai ser feliz... De coração, ela espera que ambos sejam. 

domingo, 16 de outubro de 2011

Pernonal Aspone - Uma profissão em ascensão!


Nessa minha atual condição de desemprego, graças ao Governo do Estado do Rio que se auto-afirma ser um governo de muito trabalho, estou, realmente, investindo todas as minhas cartas fora do baralho na profissão que lanço, aqui, e que pretendo seguir, a de Personal Aspone, quem sabe de algum político renomado. Só que, estou ficando megalomaníaca, acho que vou pegar mais pesado, vou querer ser Personal Aspone de candidato à Prefeito!

Não consigo ver nada mais excitante, podendo unir o útil, o fútil e o agradável. E, como sou uma pessoa diversificada, globalizada, capacitada, enlouquecida, criativa e porque não dizer, com muito pouco para fazer, assim como eles, tenho idéias mirabolantes e soluções definitivas para todos os problemas da cidade, diria, até, da Nação! Engraçado, estas soluções, sempre, são tão simples, só que estas aparecem, somente, nas épocas de eleição. Como boa Personal Aspone, não perguntarei: executarei e tratarei de elaborar uma lista de itens que poderão ser usados como plataforma para alavancar qualquer candidato nas pesquisas, rumo ao estrelato que é ser Prefeito de qualquer cidade, seja ela aqui, no Oiapoque ou no Chuí!

Não quero pensar pequeno como ficar me preocupando com o sorriso Colgate ou com combinações de cores de gravata versus ternos. Nem mesmo vou me preocupar com a contratação daquele bando de jovens estudantes e aposentados que ficam, desde às 5 da manhã, balançando bandeirinhas, debaixo de chuva e de frio! Essa parte, excitantíssima do trabalho, deixo para meus acessores. Sim, Personal Aspone tem seus, respectivos, Aspones, caso contrário, quebra-se a corrente da mamata! Vou me preocupar, sim, com aquelas soluções mágicas que todos os candidatos tem, como um verdadeiro ataque epilético, em forma de surto, coisa que, depois, não acontece nos quatro anos seguintes, principalmente, em forma de realizações concretas!

Esta semana, ouvi um provável candidato à Prefeitura falando das favelas e da violência que se instalou, tomou posse da cidade e periferias, apesar das UPP's estrategicamente colocadas no entorno do Maracanã, visando Copa e Jogos Olímpicos (e o resto que se dane!). Acho que "periferia" é pouco, podemos dizer que a violência, em todos os seus estágios e formas, se apossou do País! Seja de forma prática como teórica, seja em forma de agressividade explícita ou camuflada. Basta ver nossa tentativa de varrer os corruptos com fichas sujas (o que não é a neura dos anúncios de produtos de limpezas que tiram qualquer sujeira dos cantos mais encardidos). eleitos e/ou admitidos para serem pessoas acima de qualquer suspeita! Mas, voltando para o candidato, este dizia que a solução para as favelas está na parceria do Município, com a "comunidade" (me amarro nisso, me lembra logo Lecy Brandão pedindo "- Benção tia Mariazinha da comunidade da Mangueira", quando comentarista de desfile de escola de samba!). E continuava, temos que levar esporte, educação, cultura, comida e abrir opções de trabalho, etc.

De repente, outro quem sabe pretenso candidato, num discurso meio boiolístico, como se tivesse um ovo quente na boca, diz que a solução está na revitalização das favelas, criando áreas de lazer, abrindo novas frentes de trabalho, levando a escola, novas opções de vida, em parceria com a comunidade, etc... Pausa: Já conheci um Prefeito do Rio que sugeriu a mesma coisa e tinha até o mesmo jeito de falar... Isso pega? Vejam que mudou a forma de dizer a frase mas, no frigir dos ovos, a omelete é a mesma! Saímos deste e caímos naquele, mais comunista e com menos didática que o atual Prefeito mas, a temática era a mesma e a solucionática de igual tom.

Eis que me surge a idéia de começar a procurar a solução ideal para a questão da violência e do crescimento desordenado das favelas que, nada tem a ver, segundo os especialistas de plantão, com a condição de vida e o desemprego, com a falta de estrutua familiar, nem mesmo com a falta de educação do povo que acontece, não por opção mas, sim, por imposição e por questões de uma verdadeira lavagem cerebral que nos é imposta em forma de novelas nababescas, onde os mocinhos cedem ao banditismo porque este traz a vantagem em tudo e nos transforma, a todos, em habitantes do País do Gerson ou, mais recentemente, do País do Lula onde um analfabeto pôde ser condecorado em várias Universidades como Doutor "Honoris Causa"!

Meu discurso diria: " - Caros eleitores, a atual estrutura da organização assume importantes posições na definição dos conceitos de participação geral. Por outro lado, a consolidação das estruturas contribui para a correta determinação das formas de ação. Não podemos esquecer o início do programa de formação de atitudes que facilita a definição das nossas opções de desenvolvimento futuro. Do mesmo modo, a complexidade dos estudos efetuados, oferece uma boa oportunidade de verificação das nossas metas financeiras e administrativas..."

Poderia continuar com o meu discurso em forma de "Embromation Tabajara" pois, é, exatamente, isso que está escrito aqui! Tirei, cada frase, de uma tabela de 4 colunas onde se fala tudo sem se dizer, absolutamente nada. Assim como acontece, em épocas de eleição, muito se promete e nada se faz. Enquanto isso, além de garantir meu emprego de Personal Aspone, nossos ilustres candidatos a Governantes poderão manter sua prática atual, a de jogar palavras e conceitos lindos que, todos escutam, fingem que entendem e que fica por isso mesmo. Enquanto isso, continuamos vivendo em jaulas e o povo do morro que nas chuvas fortes, literalmente, descem para as ruas e cuja maioria é de pessoas decentes, sendo tratados como escória de nossa população!

Ah, Brasil... Esconde a tua cara!!!


O que será que aconteceria se Cabral resolvesse voltar do reduto dos mortos e aparecer para uma visita à Terra Brasilis, descoberta por acaso, mas que, vá lá, de repente, dava certo! Eu dava tudo para ser uma mosquinha e ver a cara dele chegando hoje, neste País e encontrando esse caos que estamos vivendo! Acho que ele iria mandar uma mensagem do estilo: " - Que programa de índio que você me meteu, hein ô Manel! E nem índio nesta terra tem mais. Virou uma "minoria"!!!"

Ele iria começar seu passeio por onde tudo começou. E iria encontrar a festa constante da Bahia que nem parece que é brasileira de tanta felicidade e alegria! Talvez, ele ficasse por lá porque se o Carnaval na Bahia já dura uma eternidade, imaginem se os baianos descobrissem Cabral, saído da eternidade para essa confraternização apoteótical!! Acompanhem a cena: Porto Seguro, a pleno vapor, com todos os tipos de música e rítmos baianos que surgem a cada 5 minutos! Pobre Cabral, aprender a rebolar na boquinha da garrafa ou seguindo o Trio Elétrico da Ivete Sangalo! Do fado ao afoxé, de Lisboa direto para uma boa Lisinalva, pele morena, semi-nua, balançando o bumbum frenéticamente, como se o corpo fosse feito de molas e não de ossos! Mensagem: " - Ô Manel, até que eu tô gostando de não ter índio. Depois eu volto, tem um tal de trio elétrico me arrastando e não dá para ficar parado, ô pá...!!!"
  
E se resolvesse continuar, depois de muito correr atrás do trio elétrico... Quem sabe, dar uma de desbravador, descendo e subindo planaltos, percorrendo essa quantidade absurda de rios... poluídos onde, se pescando se acha tudo mesmo, menos peixe! Tem bota, sofá, pneu, cadáver, garrafa, tem até espuma, oh pá mas peixe que é bom, só com muito mercúrio nas idéias! Doidão! Pelo visto, aquele bando de espelhos que ele não entregou para os índios, poderiam servir para os peixes espalharem carreirinhas de mercúrio a serem fungadas numa viagem caleidoscópica provocada por tanta droga jogada em nossas águas! 

Continuando, parando aqui e ali, chegaria ao Rio de Janeiro, terra do Samba e do Futebol e daria de cara com uma guerra civil rolando solta. Flamengo e Vasco brigando para saber quem é o verdadeiro vice oficial do outro... Não! Isso não dá mais IBOPE! O bom mesmo é a guerra entre policiais e policiais disfarçados de milícias (!), duas grandes agremiações, pensaria ele, disputando o Comando do Crime Organizado! Será que por isso tem tantas placas nas ruas com nome de candidatos para serem eleitos em Outubro... Veio-me esta dúvida atrós... !!!

Outra coisa marcante no Rio de Janeiro: que povo generoso! Todos os dias tem doação de balas perdidas para velhinhos e crianças nas praças públicas, Bancos (quando não estão em greve, claro) e postos de combustíveis!  E quem diz que carioca não trabalha é cego! Como tem gente nas ruas, trabalhando! E, justiça seja feita, que pessoal batalhador porque se não estão correndo com as bancas na cabeça, certamente, na busca de um lugar melhor para instalar seu ponto de venda, é porque estão em batalha, corpo a cacetete, com a polícia. Mas, o bom é que todos são iguais, não tem mais diferenças entre polícia e bandido! Finalmente, uma cidade que luta pelas igualdades sociais! 

Seguindo seu tour não pode faltar aquela paradinha na terra da garoa! Ele poderia, se desejasse, usar suas Caravelas pois, pode não ter mar mas, ao menor sinal de garoa, São Paulo vira um marzão que só deixa com inveja os Mineiros! A cidade parece uma selva de concreto e a única coisa de concreta que se vê é o descaso para com a população. O povo, em estado de suplício, pede socorro! Resta cortar os pulsos, ou melhor serra-los pois, caso contrário, Maluf toma conta de novo!!! E aí, Lalau, quer dizer, Babau, adeus! É, só reza forte dará jeito nessa terra, lotada de Marginais, sejam elas em forma de estradas, sejam elas em forma de pessoas! 

Mas, Cabral, certamente, se deslumbraria com o Planalto, ao ver Dilma, mulher que sofreu na ditadura, como  a primeira mulher eleita Presidente, dando continuidade ao que seu patrício, D. Pedro I conseguiu a duras cavalgadas, a (In)dependência deste País! Quando esta mulher, conhecido no passado como reacionária e comunista, conclamava guerra contra a ditadura, clamava pela abertura, era chamado de terrorista. Agora, temos certeza que ela está no caminho certo!  

Finalmente, conquistamos nosso nome na história, o País está acordando do berço explêndido e de forma dolorida, caindo da cama em plena realidade, nua e crua! Mas, cuidado, a Fome é tanta que até crua se come! E a população está cansada de andar nua, pedinte, mendigando! 

" - Cabral, quer um conselho: volta pro reduto, pega um avião e se manda, antes que seja tarde e você sinta vergonha de ter errado o caminho das Indias!!! Aqui, não tá dando nem para índio!!! Que dirá pra você, meu caro amigo. Me perdoe, por favor, a coisa aqui, tá preta!!!!! "

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Corro dele ou para ele?

Mais uma vez, não resisto e publico um texto da Sandra Maia. Essa escritora está em sintonia comigo. Nossas antenas estão se cruzando no espaço, só pode! Uma de nós rackeou o pensamento da outra, só pode!!! Enfim, espero que vocês aproveitem mais esta maravilha de texto e que ele seja útil com foi para mim.


"O que você pensa a respeito? Sabe aquele relacionamento que só dá dor de cabeça? Aquele que a coloca em depressão, com a autoestima a zero? Aquele do tipo "o parceiro é ausente, vive nas baladas, diz na sua cara que ficou com outra, porque você não estava disponível?". Aquele que só te joga para baixo?
De vez em quando, ele fala que te ama, só o suficiente para mantê-la aprisionada e, quando você está na pior, ainda vem com aquele discurso de que não aguenta mulher deprimida? Aquele que vive deixando "pistas" de traição, mau comportamento, te enlouquece de cíume, para te ver controlada — pois, dessa forma, você não tem tempo para pensar em você — e, depois, tem a coragem de te acusar de "controladora", e que, por fim, diz que precisa de um tempo? Diz que vai ficar uns dias sem te ligar e, quando retorna, aparece só para acabar com você... Você conhece esse tipo de parceiro(a)?
Pois é, esse caso é parecido com o da Miriam. Viveu um relacionamento assim por anos. Foram quase 10 anos entre namoro, noivado e casamento, com idas e vindas incontáveis.
Ela, pobre, insistiu. Achava que ele era o homem da vida dela.
Como assim? Como pode ser esse o homem da vida de qualquer mulher? Como uma pessoa em sã consciência vai pensar que isso é amor?
O cara não acredita em amor, vivia dizendo que não queria se casar, que não acreditava em relacionamentos duradouros. Deixava clara sua posição, e ainda assim ela resolveu apostar...
Resultado: se separaram há pouco mais de três meses, mais uma vez porque ele decidiu. Estava apaixonado por outra e iria morar com ela.
Agora, vocês sabem o que a Miriam me escreveu? Vejam:
Que estava morrendo. Que havia perdido o homem da vida dela. Que acompanhava o relacionamento do ex e que se sentia culpada pelo término da relação.
Ela assumia tudo para ela sem compreender que os 50% dele eram os mais pesados...
Pois é, isso acontece com muitas pessoas, homens e mulheres, desavisadas. Aquelas inexperientes ou superexperientes que imaginam: vou dobrar esse cara! Ele vai me amar! Vai ser meu! Apostam e, geralmente, se perdem...
Bem, é verdade que alguns poucos conseguem essa conquista — mas fico aqui me perguntando se vale o desgaste.
Será mesmo que vale tudo isso?
Será possível fazer o outro nos amar — mesmo contra a vontade dele?
Não acredito. Não acredito que isso possa dar certo a longo prazo, e pelas histórias que conheço não dá. Então, minhas caras amigas, quando estiverem na dúvida se correm para ele ou correm dele! Fique com a segunda opção. Fique com você. Com seus sonhos, seus planos, sua vida. Com certeza, algo muito melhor estará reservado para você.
Ninguém, ninguém merece mendigar amor, atenção, respeito, comprometimento, cuidado, presença, responsabilidade, carinho — ninguém!
Pense nisso. Se você conhece alguém que vive algo parecido, ofereça ajuda. Afinal, é muito difícil sair de uma situação dessas sozinha. "

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Sandra Maia Sabe TUDO!!!!!!!!!!


Hoje, a resposta é para a Márcia e para tantos outros leitores com o mesmo problema.
Márcia é casada há 10 anos, tem três filhas desse casamento e vive feliz. Estável.
Como todo casamento, a relação de Márcia também entrou numa crise e então, nesse momento, ela se apaixonou por um colega. Foi um romance e tanto, durou quase três meses de muita loucura e dissimulação, para que ninguém, ninguém soubesse. Por sorte, seu marido não desconfiou de nada nesse tempo, até porque Márcia viajava constantemente a trabalho.
A questão é: ele, o então "amante", decidiu por um ponto. Queria rever seus valores, construir sua vida, resgatar seus planos. E a Márcia não fazia parte dessa história. Ela foi para ele uma simples aventura.
E, então, surge o problema... Ela se diz ainda apaixonada por ele, está até um pouco obsessiva e depressiva. Mal consegue esconder essa dor de amor do seu marido e das filhas. E agora?
O outro, para piorar, está na fase do "vem que te desprezo", e, de fato, para ele, ela não tem nenhum valor. Ele pensa: "Se traiu o marido, por que não me trairia?".
Enfim, lá vai nossa amiga cultivando essa história louca, e a pergunta é: o que fazer? Ela quer saber se deve insistir em que o amante volte a amá-la. Ela já tentou se reaproximar dele algumas vezes, e o rapaz está cada vez mais arredio, mais agressivo.
Então, vamos às respostas possíveis: primeiro, ele gostou dela, amar, amar mesmo não acredito. Ele entrou para se divertir, estava tudo fácil, então, por que não? Segundo, se o casamento não ia bem, o melhor teria sido colocar toda energia nele para que a situação se resolvesse. E os resultados, é claro, poderiam ser uma retomada ou o fim. E aí está a principal questão — muitos não querem correr esse risco e preferem levar uma vida paralela, como a Márcia, e acabam por correr um risco ainda maior... Bem, de qualquer maneira, no meio disso tudo, de toda essa problemática, um terceiro só amplia o problema. Até porque, podemos nos encantar com o outro, que vem com mais energia do que estamos habituados...
Então, decidido o que vai ser da relação, preparar-se para o novo pode ser mais aconselhável. Essa história de vida bandida, amor bandido, amar ao bandido, geralmente tem um final infeliz.
Bem, com relação à Márcia, já está tudo complicado, a encrenca, toda armada. Fica então meu convite para que deixe de lado essa história, por respeito a si mesma.
O outro já disse NÃO. Então, insistir só a coloca em uma situação mais e mais ridícula.
Gostaria ainda de convidar a Márcia para fazer um trabalho sério de autoconhecimento e, quem sabe, até terapia de casal com seu marido. Às vezes, a crise passa e tudo volta ao normal.
E você, o que falaria para Márcia? Já passou por isso?
Já viveu um louco amor, daqueles que você não consegue tirar o outro da cabeça e, quanto mais faz, mais o outro se afasta?
Já viveu uma história na qual a tônica era: você se rasteja e o outro, bem, o outro se esquiva?
Pois bem, relações assim não têm chance de acabar bem para um lado e outro. Faz-nos doentes, destemperados, desequilibrados.
E o ponto é: para retomar o equilíbrio e a harmonia interna, perdemos um bom tempo... Então, pense nisso antes de entrar na canoa — que já deve estar furada... A menos que você nade muito, muito bem.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Aos Egoístas, meus sinceros sentimentos!

O egoísta costuma viver em torno do próprio umbigo, quando cai, tonto pelo próprio egoísmo, sempre há alguém diferente dele para confortá-lo. O amor não age com interesses; o egoísmo é a falta de amor. O amor vive de dar e perdoar e, o egoísmo vive de tomar e esquecer. Cuidado com algumas escolhas: Ganância leva ao egoísmo... E egoísmo leva à solidão. Boa sorte aos covardes e cruéis de coração, de alma e espírito. Levarão consigo seu ego, seu umbigo e seu egoísmo quando morrerem sozinhos. Uma pessoa é única ao estender a mão e ao recolhê-la, inesperadamente, se torna mais uma. Portanto, que o desejo de ajudar ao próximo consiga sempre superar o egoísmo e a falta de esperança no ser humano. Aprender a colocar-se em primeiro lugar não é egoísmo, mas para cada escolha existe uma conseqüência. Seja capaz de agüentá-la.

O egoísmo unifica os insignificantes. Devido à sua ambição e egoísmo, o homem faz da sua vida um verdadeiro naufrágio. Egoísta é um sujeito mais interessado em si próprio do que no próximo. É egoísmo pensar somente em nós próprios como centro do mundo e construir um mundo fechado que nos isola das oportunidades que a vida pode oferecer... E são tantas! Mas o egoísta é cego, só enxergando o que lhe convém. O individualismo gera egoísmo, e o egoísmo gera falta de amigos. Liberdade não significa egoísmo. Sinceridade não exige aspereza. Bom humor não precisa de cinismo. Não se exclui carinho da franqueza.

O egoísmo é como a ferrugem que corrói o ferro. A diferença é que o egoísmo é mais perigoso, pois corrói a alma. O orgulho, a soberba, o egoísmo, o poder, a ganância e ignorância fazem com que nós nos afastemos do próximo. Amigo é aquele que ainda do seu sentimento de orgulho e, principalmente, do egoísmo, o outro faz parte dos seus planos. Para um egoísta, os outros são meros instrumentos. Dentro do amor existe a tolerância, dentro do egoísmo a ignorância.

Seria muito egoísmo de minha parte querer você só pra mim? Creio que sim. O meu egoísmo é tão egoísta que o auge dele é querer ajudar ou, simplesmente, ser parte do seu mundo que gira em torno do seu umbigo.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

De volta para o casulo

Eu estava segura num casulo e veio você. Tirou-me de dentro e, mesmo sem saber voar, eu voei... Voei feliz, apesar de saber que meu céu era limitado, que minhas asas não eram tão lindas como você desejava. Eu voei o mais alto para realizar não só meu sonho, mas para agradecer por você me dar o direito de experimentar sensações nunca vividas. Eu desejei voar seus sonhos... Eu queria mais que tudo, fazê-lo feliz! Eu lhe dei mais do que meu coração. Dei-lhe total devoção. Tornei-me presença diária, mas esqueci de saber se você queria isso também. Criei uma obrigação onde deveria existir prazer, mas você nunca soube o que era viver sem cor, sem céu, sem sol, sem sonhos... Exagerei na ânsia de viver! Tornei-me seu lenço e sequei suas lágrimas. Transformei-me em muleta e amparei suas quedas. Surpreendi-me ao ser seu espelho ao me pegar rindo com você pelas suas conquistas. Vibrei com toda emoção que um coração pode sentir ao ver o seu batendo feliz. Não andei atrás de você por medo de não conseguir seguí-lo. Não andei na sua frente com receio de você não querer acompanhar-me. Andei do seu lado e nesses quatro anos, eu tenho a certeza de que fui sua amiga. Amiga leal, sincera, honesta, capaz de mover céus e terras para prezervar o que de melhor eu tinha e que me fora dado por você: minhas asas para voar, vez por outra, na sua direção e provar do seu néctar, saciando minha sede, matando meu desejo, minha saudade, minha fome de viver. E com a força que ganhei, vinda da nossa sintonia, eu construí um castelo colocando um pedaço de mim, todos os dias, em forma de tijolo. Nele, não teríamos portas para existir a liberdade de ir e vir. Não haveriam brigas porque a convivência seria amigável, seria sincera e verdadeira. Não haveriam medos, menos ainda a covardia ou a mágoa. O alicerce seria forte porque seria feito de respeito, carinho e afeto. Foram quatro anos de mim colocados ali. Eu era um tijolo, uma borboleta, um lenço, uma muleta, um sorriso, um resto de tempo que sobrava, não me importava. Eu era feliz, assim, do jeitinho como estava. Não precisava mudar, menos ainda perguntar. Fosse a condição a mim imposta, eu aceitaria, sem pensar. Foi quando, num dia lindo de sol de inverno, se dizendo saudoso, você veio me ver. Meu deu o néctar que me fortalecia e, sem olhar nos meus olhos, disse-me que não ia mais voltar. Que chegara a hora de acabar... Você não me deu a opção de dizer que, o que eu tinha me bastava e que se era para esperá-lo no castelo, sem voar vez por outra em busca de notícias, eu o faria sem duas vezes pensar. Em segundos, que pareceram uma eternidade, sem olhar nos meus olhos marejados, quatro anos passaram na minha mente e para quem tinha a migalha, continuar com ela não faria diferença. Já viver sem ela significaria voltar ao casulo, significaria não voar nunca mais, não sentir a felicidade de compartilhar pequenos momentos com você. E de uma forma quase que covarde, disse para esse inseto sofrendo, ali na sua frente, que eu não voaria mais para você... Na ânsia de ser útil, de querer sua amizade ou os restos que me eram destinados na sua vida sempre ocupada, para que eu pudesse ter forças para continuar voando feliz, eu cobrei demais. Eu me impus demais. Me tornei inconveniente demais. Eu só queria sentir o calor da felicidade nas minhas asas, mesmo que eu voasse cada vez menos... O pouco já me alegrava... Mas, você não entendeu as minhas necessidades... Não tem problema não sentir mais o seu cheiro, não provar o seu gosto ou, sequer ver a sua face. Para mim, bastava continuar sendo o que sempre fui: um sapato velho para quando seus pés estivessem cansados, você poder aquecê-los e descansá-los. Não me importaria de ser sua muleta, seu escudo pra lhe proteger ou seu lenço para suas lágrimas secar... Mas, essas coisas são para seres importantes, marcantes e eu vi, de forma sofrida, cruel que, se eu fui especial um dia, agora deixara de ser... Na verdade, fui apenas uma borboleta a mais que voou e acreditou que o calor da felicidade e da amizade vindos da luz que brilha em você era para todos, inclusive, para mim... Apesar de tudo, eu fui feliz. E embora não tenha sobrado nada de mim, embora eu esteja em cacos assim como meu coração, embora todos os tijolinhos do castelo tenham se desmoronado e eu tenha afundado nas minhas lágrimas, que não se cansam de rolar, continuarei colocando, todos os dias, a porção que me cabe de tijolos no meu castelo de sonhos. Se um dia, você mudar de ideia, pelo menos vai ter um lugar seguro para repousar, o chinelo velho para aquecer seus pés e uma velha e desiludida borboleta que, provavelmente, desaprendeu a voar, mas que sabe ser grata por tudo o que viveu e que, principalmente, sabe honrar a palavra amizade.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Um País rico é um País sem pobreza. - Será que é só isso?

Um País rico é um País sem pobreza. Esse é o slogan da Presidência da República. Entretanto, um País que quer sair da miséria não o consegue dando o peixe, mas sim, ensinando seu povo a pescar. Um País se constrói com EDUCAÇÃO, SAÚDE, SEGURANÇA e LISURA nas atividades por parte dos governantes. Muito se critica e pouco se faz.

Nós não somos um povo acostumado a abraçar uma causa. Ajudamos, somente, nos momentos de crise, como nas enchentes ou nas tragédias que nos assolam. Fora isso, não fazemos nada. Não vamos nos orfanatos e damos comida, assistência e alento para os futuros "futuro da nação". O que eles podem esperar? Não damos assistência ao passado, através dos nossos idosos, abandonados nas filas dos hospitais públicos, morrendo em macas improvisadas, não tendo dignidade para viver, que dirá morrer. Um País precisa de memória (seus idosos) para que se faça um futuro (nossas crianças). E para tal, não se precisa só de comida. A gente não quer só comida já dizia a canção!

Somos obrigados ao voto, caso contrário perdemos nossos direitos primários de cidadão, inclusive o de ir e vir. Entretanto, alguém já parou para pensar que em momento algum somos tratados como cidadãos? Vivemos enjaulados enquanto o crime anda livre, leve e solto pelas ruas. Nós é que vivemos à margem da sociedade. Trabalhamos duro! Dos 365 dias do ano, 159 são trabalhados para pagarmos impostos que não são revertidos em nosso benefício! E ficamos calados como cordeiros ou, na hora da eleição, não demonstramos nossa insatisfação, votando nas mesmas "moscas" para que a situação permaneça como está.

Um País, um Estado, uma Cidade que se preze depende muito mais de nós do que de quem os lidera. Nós o colocamos no poder. Nós podemos tirá-los. Precisamos marcar pressão, cobrar, gritar, reclamar, exigir da mesma forma que fazem conosco, afinal, o emprego deles é igual ao de cada um de nós. Tem que mostrar resultados ou rodam! Que seja assim então! Porque só exercendo nosso direito de voto e só cobrando o que é nosso de fato, podemos ter um País de direito e, quem sabe, sem a pobreza de espírito, pelo menos! Um dia, espero, através dos exemplos que passo aos meus filhos, aos meus vizinhos, às pessoas que convivem comigo, espero fazer com que alguma diferença para melhor eu faça. Convido vocês ao mesmo.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Rede Globo - Inversão de Valores

Domingo passado, por volta 15:00 horas, a Rede Globo exibiu um filme que, aparentemente, seria mais uma comédia recheada de pancadarias do "mestre" do kung fu chines Jackie Chan chamado Três Ladrões e um bebê. Como todas as crianças curtem essas coisas de artes marciais e por se tratar de um título inofensivo e, mais ainda, por ser exibido num Domingo, em plena tarde, horário onde as crianças que não tem TV à cabo assistem a TV normal (se é que podemos chamar a nossa TV de normal ao fazer sensacionalismo com tragédias, mostrando falcatruas do governo que sempre termina impune, etc), deixei meu filho de 9 anos assistir.


Não prestei atenção no filme. Detesto tudo que seja culto à violência e acho esse tal de Jackie Chan uma droga em todos os sentidos. Me envolvi com meu computador, escrevendo, enfim, não reparei a quantidade de violência daquele filme até meu marido entrar na sala e presenciar uma cena defuzilamento de várias pessoas, ajoelhadas, bem ao estilo de Segunda Guerra, ou de Guerrilheiros, Terroristas, atos que abominamos, repudiamos e fazemos de tudo para evitar no mundo inteiro. Imediatamente, trocamos de canal, mas me senti culpada por não ter visto o que ele assistiu antes de meu marido entrar na sala (graças a Deus!). Expliquei o motivo de mudarmos de canal e ele não só entendeu como concordou.


Não sou puritana, sou a favor de tudo, desde que dentro da lei, do respeito ao próximo e se for contra qualquer tipo de violência. É assim que educo meus filhos. Falo de tudo abertamente, sem rodeios. Preparo-os para a vida, mas enquanto puder evitar certas barbáries, evitarei. A vida é dura demais para, ainda, ter que mostrar que é injusta e amoral. E a Globo é mestra nisso, infelizmente. Uma das maiores emissoras do mundo sobrevive com a desgraça, a dor jumana e não faz questão de medir esforços para ganhar audiência dessa forma. Um exemplo é Jornal Nacional x Insensato Coração. Mostrar união gay nos jornais em horário nobre, pode. Nas novelas não pode. Isso é hipocrisia! Não entro no mérito se é normal, se é ilegal, se é contra as leis dos homens ou divinas. Cada um sabe de cada um. Falo da falta de coerência.


O que não pode e não aceito é que a violência invada a minha casa, em plena luz do dia, como se fosse a coisa mais natural do mundo. Eu tenho a chance de mudar de canal, de dar orientação por estar sempre presente na educação dos meus filhos. Mas, e as famílias que não podem ter uma opção de diversão? E as famílias cujos pais não estão em casa? Muitos pais trabalham Domingos e feriados e seus filhos ficam por conta da sorte, na frente de uma TV, que lhes ensina que pancada e fuzilamento são coisas banais, aliás, são comédia infanto juvenil. Quantos bullyings começam com um filme de sessão da tarde? Quantos assaltos ou vícios começam com um programa voltado para adolescentes?


Deixo aqui meu protesto e minha indignação. Mas, o que eu esperava quando pedi a ajuda da Globo com relação às árvores que estavam caindo e eles me disseram que só se houvesse tragédia a notícia seria "veiculável"? Estamos nas mãos desses formadores de opinião e eles ainda dizem que somos a principal razão deles existirem no slogan que divulgam, atualmente, com seus principais astros. Dispenso, sinceramente, a parte que me cabe nessa preocupação!

domingo, 15 de maio de 2011

Meus Agradecimentos

Meus amigos,

Estou aqui para agradecer por toda a ajuda de vocês nesse período conturbado pelo qual passei com a doença de minha mãe. Sem o apoio de vocês, tanto nas orações, como financeiro, não teria conseguido levá-la de volta para casa e com o mínimo de conforto necessário para sua recuperação.
Ela quis agradecer também e a melhor forma que achei foi fazer um vídeo. Aumentem o som e espero que todos consigam abrir um arquivo MP4.

Mais uma vez, nossa eterna gratidão. Jamais esqueceremos o que todos vocês, amigos de sempre, fizeram por nós.

Um beijo,
Andréa Feder

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Vida que te quero viver!!!


Vida! Por que tem dias em que você nos embala nos braços de forma carinhosa e, em outros, você nos enterra um punhal nas costas? Por que o mundo está de cabeça para baixo e os valores estão invertidos? Por que não sorrimos mais que choramos? Por que as coisas acontecem de forma injusta com pessoas que são puras?

Sabe, Vida, o sensacionalismo da imprensa já esgotou a minha paciência, mas sou mãe e fico pensando como estará cada uma das 12 famílias que perderam seus filhos após uma chacina inexplicável e inconcebível? Vidas tiradas sem terem sido vividas! Poucos sorrisos dados ao longo desse pouco tempo vivido... E tantos planos! Tantos sonhos para serem realizados... Feridas cicatrizam com o tempo, mas a vida que nos é tirada assim não cura nunca. A vida que deu o sopro do nascimento foi arrancada de forma brutal. Mas, a vida segue... As pessoas caminham perdidas em pensamentos e as coisas se ajeitam no final das contas...

As perdas de amores... Doem muito! Nossa! Sentimo-nos felizes da vida quando achamos nossa metade e choramos muito quando descobrimos que não precisávamos da metade ao nosso lado, mas o inteiro! Alguém para compartilhar e não dividir. Aquele para aprender e não para nos tornar irracionais com nossos próprios conceitos aprendidos ao longo dos anos. Alguém que nos escute e fale. Alguém que saiba o que é o significado de vida a dois: eu + você, sem egoísmo, para o que der e vier!

As palavras ditas nas horas mais absurdas que podem acabar com uma vida de planos, sonhos e verdades. Palavras que podem destruir o seu mundo, o meu, o de várias pessoas, palavras ditas sem pensar. O que vale é a ação e não a intenção. E uma simples palavra, dita na hora errada, mas que se julga certa, pode acabar com uma pessoa. Uma palavra proferida sem piedade, sem querer, mas querendo, pode dar cabo de uma vida...

Eu ando meio cética com a vida. Essa não foi a vida que sonhei viver. Vendo crianças sendo chacinadas, vendo amores sendo desfeitos porque desconhecem o ato de compartilhar, agregar, vendo palavras destruírem sonhos e fantasias na qual eu baseava estar vivendo de forma sólida e completa. Mas, apesar de tudo, Vida, eu quero tanto, mas tanto viver você em toda sua plenitude!! Peço-lhe, de coração aberto e puro: Dê-me mais uma chance de ser feliz!

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Metas e Sonhos

Acho legal ter metas. Eu nunca fui uma pessoa de traçar metas e objetivos. Antes mesmo de Zeca Pagodinho, eu já deixava a vida me levar para onde ela achasse que seria o meu destino. Depois que meu pai faleceu, se eu já não tinha planos, aí mesmo que eu passei a viver o hoje, afinal, quem me garantiria que estaria viva amanhã.

Quando tive filhos, pensei em mudar. Tentei. Juro! Quando se é mãe, deixamos de existir. O dinheiro que usava em futilidades para não deixar para as minhocas depois da minha morte, passei a pensar em guardar para o futuro dos meus meninos. Roupas caras, sapatos de marca deram lugar aos de loja de departamento. Viagens e festas, só as infantis. Planos, só mesmo de vê-los crescer felizes, dando tudo o que pudesse de melhor no momento: a melhor escola, o melhor brinquedo, a melhor roupa, festa de aniversário inesquecível... E o plano de juntar algum dinheiro nunca deu certo. E eu pensava que antes gastar com alegria do que com doença. Proporcionar o sorriso no rosto dos meus filhos seria a minha herança. A lembrança de uma mãe que não mediu esforços para dar a eles o melhor material, mas também, todo o amor dessa vida! Passei a viver por eles, para eles e com eles.

Eles foram crescendo e a vida foi seguindo. Ora me dando flores no caminho, ora me fazendo pisar em espinhos. Ora flutuando em alegria, ora afundando em poços sem fundo de mágoa e tristeza. Tentei ler livros de auto-ajuda, tentei seguir o conselho de O Segredo. Acho que consegui engordar o cofrinho do autor porque um dos meus pedidos, de ter um cofrinho cheio nunca se realizou. Perdi pessoas, perdi empregos, ganhei pessoas, fiz amigos, posso dizer que revivi o sentimento de estar apaixonada por mim no dia que me apaixonei de novo após tantos anos de uma vida acomodada emocionalmente. Pensei, cá com os meus botões, que as metas não tinham sido cumpridas, mas outras vieram para contrabalançar.

Mas, as coisas não andaram como eu planejei porque, na verdade, eu não tracei metas. Eu sonhei. Eu viajei em tapetes mágicos, pousei em nuvens, vivi em castelos de areia. Tudo aquilo que eu pensara ter vindo para dar uma equilibrada na minha vida, na verdade, não passou de uma utopia. Pode não parecer, mas não desisto fácil das coisas. Sou teimosa quando quero algo. E, nem assim, conquisto o que desejo. Porque não vejo as coisas como coisas reais. Sempre achei que dava passos conforme o tamanho de minhas pernas, mas vi que não. Sempre pensei abraçar os que estavam a minha volta, mas na verdade eu queria abraçar o mundo e não consegui. Triste, sofrida, magoada, eu percebi que não sei traçar metas reais. Jamais aprendi a construir uma vida baseada em coisas concretas. Vivi fantasias, utopias que nunca me trouxeram nada de positivo no final. Vivi migalhas de emoções quando poderia ter vivido o todo. Vivi esperanças. Vivi? Seria esse o verbo correto? Acho que a forma correta seria deixei de viver o melhor por ver o mundo de um jeito só meu. Um mundo onde as pessoas se apaixonariam por mim porque eu sou uma pessoa presente, ou que corre e ampara ou que se preocupa ou que vive intensamente a vida do outro no afã de ajudar e ser útil, não se importando se enfiei os pés pelas mãos, se virei uma pessoa inconveniente, se desejei os holofotes todos só para mim, se esperei loucamente uma frase de amor, compreensão, um gesto de carinho, um afago por mim, por ser assim e não por uma gratidão obrigatória ou educada.

A ficha, quando cai, faz um barulho ensurdecedor no coração da gente, tenha certeza, porque além do barulho, ela provoca seqüelas, como buracos na alma. Amar sem ser amado, realmente, é limpar a bunda sem estar cagado. Frase grosseira da mais pura verdade. Dói, arde, machuca e só o tempo cura, isso se formos inteligentes. E eu não sou... Vivo me dando, vivo querendo o pouco, o quase nada achando que isso me faz feliz. Mas, contando as vezes que fui feliz nos meus sonhos versus o que eu pensei ter como meta a alcançar e não consegui, percebi que perdi tempo, perdi minha auto-estima, perdi a alegria do meu rosto, a vontade de perseguir objetivos, a felicidade. Trago rugas nos olhos que choram quase todos os dias. Trago amargura nas palavras. Trago impaciência com quem não merece e que quer me ajudar. Fico procurando, de alguma forma, aquilo que me faria feliz, perseguindo, me humilhando, ouvindo desaforos e me desculpando por dar amor a quem não me quer. Alimento-me de migalhas e lembranças do pouco de atenção que fui merecedora de ter. E, mesmo sabendo que desse mato não sairá coelho, eu continuo insistindo, me agredindo, me martirizando.

Comecei esse ano de 2011 com um medo, uma angústia do que estaria por vir. Mas, fiz o que não faço há tempos: tracei metas, estabeleci horizontes e pensei que aquele medo era, exatamente, por estar desacostumada com o ato de pensar a frente, de planejar e de repente não dar certo. Estava errada. Meu medo teve um motivo. Meu sexto-sentido, minha sintonia fina me alertou para o fato de que tudo o que eu estabeleci, não passava de sonhos. E uma única frase, vinda da boca que mais amo, destruiu com tudo. Na verdade, eu não tracei metas. Eu, mais uma vez, construí sonhos em castelos de nuvens que ao soprar do vento das palavras se desmoronou...