sexta-feira, 6 de abril de 2012

Renascimento

Essa é a palavra chave para definir esse feriado. Não é pra descansar o corpo, a mente, sair, beber, farrear com os amigos. Esse feriado de Páscoa é para uma reflexão. É para sermos mais humanos e entender que cada qual tem sua cruz. Cada cruz, um peso e esse pode ser amenizado quando pessoas se dispõem a nos ajudar sem nada pedir, pelo simples prazer de fazer o bem. Renascer não é apenas o ato de ressuscitar pregado pela Igreja Católica do Cristo pregado na cruz. Renascer é buscar dentro de si uma nova pessoa, se possível, melhor que a que existia e incorporá-la a fim de que agregue valores positivos, sempre!

Eu posso dizer que precisei descer ao fundo do poço para descobrir que tinha forças para renascer. Precisei reavaliar minha vida, minhas seguranças, minhas certezas que eram tão verdadeiras que, ao se perderem fizeram meu entorno se estilhaçar. Eu fui avaliada, julgada, crucificada por ser uma pessoa amiga, fiel e presente. Ao invés de me estenderem a mão, me jogaram palavras que me feriram mais que espinhos. Sangrei. Caí. Deus sabe como foi complicado me levantar e provar pra mim mesma que a vida era bem mais que o meu entorno espatifado. 

Hoje, não acredito mais em sonhos fantasiosos e nem em premonições mirabolantes. Hoje, acredito em minhas pernas que me guiam tendo como motorista o meu cérebro e não mais o meu coração. Aprendi a ser dura. Entretanto, sou a candura com quem merece. Todas as incertezas se foram. As certezas se resumiram a duas: eu estou viva e a morte um dia chegará. Não acredito em promessas, em amores, em almas gêmeas, em encontros, em destino, menos ainda em sintonia de almas e pensamentos. Hoje sou pão através do meu corpo físico e sangue através de minhas veias e graças a eles e a fé inabalável no Pai que não nos desampara, que me sinto viva. 

Dos muitos conhecidos recebi sessões de psicologia barata gratuita. Afinal, o que é a pimenta nos olhos dos outros? De quem julgava amigo, recebi a dor da indiferença, a crueldade das palavras e morte da alegria que existia em mim. Hoje, sou fruto do meio. Não ofereço a segunda face e não aceito o beijo doce da traição. Tenho meus pés firmes e sólidos no chão e nada e, principalmente, ninguém vai conseguir me derrubar porque na fraqueza encontrei a força, na estupidez humana encontrei a sabedoria, no amargor das palavras proferidas encontrei o silêncio calmo que me ensinou a escutar mais do que dizer. No afã de ser útil me fiz inconveniente, mas apesar disso, continuo acreditando que todos, inclusive eu, temos que servir ao próximo. 

Páscoa é renascimento e eis-me aqui, nascendo de novo para uma vida que não sei bem onde ou quando terminará, mas sei que há de ser como eu mereço, afinal, eu mereço ser feliz! Amém!