segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Crônica de uma crônica



Eu tenho me identificado muito com Martha Medeiros, escritora e colunista da Revista de Domingo de O Globo. Nossos conceitos, idéias e opiniões andam em plena sintonia. Mas, o tema de uma de suas crônicas de um fim de semana foi tão de encontro ao que penso que não poderia deixar de fazer uma crônica em cima do assunto abordado por ela: Mulheres e Meninos.

Resumidamente, para quem não teve a chance de ler, ela aborda que mulheres maduras têm se relacionado com homens mais novos e este número vem crescendo a cada dia. Há quem diga que é o troco para os homens mais velhos e seus romances com ninfetas, afinal, eles precisam confirmar sua virilidade. Mas, como Marta, eu acho que cada um oferece o que tem e toma para si o que precisa. Relacionamentos, de quaisquer idades, são feitos de trocas. Se for amor, melhor ainda.

De repente, Marta fala uma coisa engraçada: Mulher é chata! Parei de estalo e disse "Ôpa, discordo de você, minha fiel companheira de idéias". Mas, não é que ela está certa? Ao mesmo tempo em que a mulher é linda, é gostosa, é sensível, é eficiente, ela, também, é chata! Só que a chatice passa com o tempo e mesmo perdendo o viço, ganhamos em troca serenidade, autoconfiança e experiência. E o melhor: ganhamos um humor imbatível!

Em suma, como não temos mais tempo para perder com picuinhas e ciúmes doentios, com sonhos inatingíveis e desconfianças, nos tornamos objetivas, sem precisar matar um leão por dia para provar isso! E qual o homem que não vai querer uma mulher assim? E ela termina com uma frase fantástica: Trocam-se duas esquizofrênicas de vinte por uma quarentona que só dê prazer, e não problemas!

Assim como ela, eu acho muito otimismo e utopia de nossa parte. Mas, que é bom saber que os meninos, como Martha carinhosamente chamou os homens mais novos, estão percebendo a nossa existência, as quarentonas assumidas e destemidas! Porque é fato que as meninas saradas e lindinhas de vinte são por vezes problemáticas. Falta a elas o que temos de sobra: anos de praia! Jogo de cintura, uma diversidade cultural, uma fluência verbal que diz não com a boca, mas sim com os olhos, coisas que só a experiência nos dá!

Acho que muito desta troca de duas novas por uma mais usada se deu pelo culto ao corpo. As mulheres pensam e respiram academia 24 horas por dia, ao passo que nós, coroas, achamos que um bom bater de coxas queimam mais calorias que correr numa esteira fria de metal. Isso porque na nossa idade, nos permitimos ousar sem medo. Não temos que provar mais nada para ninguém, principalmente, para nós mesmas!

Por isso, vemos tantos opostos se atraindo, seja do lado masculino que quer recuperar sua masculinidade e juventude como do lado feminino que quer ensinar tudo o que aprendeu durante anos para os mais jovens carentes! No final, desde que os relacionamentos não se desgastem, todos têm direito à felicidade e se existir amor, melhor ainda!

O que importa é ser feliz enquanto temos tempo e sabemos o que é nosso ideal de felicidade!

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