segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Sexo à Flor da Pele

Não sei se é impressão minha mas tudo cheira a sexo hoje em dia. Nada em que possamos pensar não traz um Q de malícia e sexo, mesmo que seja de forma sutil, como esses assuntos deveriam ser tratados. Ontem, abri uma revista, destas que vem junto aos jornais de Domingo, e reparo que três das quatro matérias em destaque tem o sexo como tema. Não que eu não goste, pelo contrário, sou adepta, mas me senti meio que em um ambiente de aplicativos de cunho sexual! Tudo é tão compartilhado...!!! 

Não perdi tempo nas manchetes, partindo, direto, para as reportagens. Logo na primeira entrevista, um astro de nossa música é perguntado sobre diversos temas e, claro, o fim não poderia ser outro: sexo, do tipo, como, onde, quando e com quem gosta de fazê-lo. Falou-se, tão inteligentemente, de religião, gostos, costumes, racismo e, claro, saber como ele faz sexo não poderia faltar. O que me interessa isso... Por que as revistas pensam que eu me interessaria em saber as preferências sexuais deste ou daquele cantor... Mudo a página e começo a ler aquelas perguntinhas dos leitores. Eis que me deparo com uma pesquisa que mostra que 52% das mulheres britânicas acordam sedentas por uma xícara de chá ao passo que somente 2% destas sedentas por sexo. Com os homens, o negócio não varia muito, mais da metade prefere os prazeres (brochantes!) do chá aos prazeres da carne. Diria, nem tanto ao mar, nem tanto à terra! 

Vou continuando meu passeio e me pergunto se peguei a revista certa pois, a sensação é que leio artigos de Playboy ou da antiga Ele e Ela. Mas, não! Trata-se de uma revista destinada a leitores de todas as idades, tipo assim, revista para toda a família. Essa minha mente, adubada, logo imaginou uma cena de sexo grupal em família, o que me deu calafrios! Mas, como sou teimosa, fui levando minha leitura, posso dizer que, nada excitada, diante as perspectivas de aprender detalhes íntimos de um bom sexo grupal de cunho familiar. 

Respira-se sexo em todos os momentos e isso está se tornando uma coisa tão banal que, confesso, me assusta. Principalmente, porque sou mãe de dois meninos, futuros homens, que terão que provar sua masculinidade por questões de quantidade e não qualidade, caso contrário, estarão fadados ao insucesso, segundo as pesquisas londrinas citadas acima. 

Numa época onde a AIDS avança a passos largos, onde meninas de dez anos ou pouco mais, estão tendo filhos, ao invés de brincar de bonecas, onde se duvida da paternidade de um ser humano devido ao excesso de parceiros, o sexo se tornou sinônimo de promiscuidade e uma coisa banal, assuntos de revistas semanais corriqueiras quando, na verdade, deveria ser tratado como item de esclarecimento geral nas áreas de saúde pública e bem estar social. É, humanamente, impossível educar uma criança, hoje em dia, sem que se falar de doenças sexualmente transmissíveis! Eu disse CRIANÇAS! Bons tempos em que se falava do lúdico, do amor entre um casal, posteriormente, em família e a sua formação e origem. Bons e idos tempos em que se educavam os filhos para respeitar as filhas dos outros! Hoje em dia, se eles não partirem para o ato, são chamados de bicha, isso quando não são atacados pelas meninas "de família" ou, a fim de formar uma, tão inconsequente como sua cabeça! 

Lembrei-me, nem sei porquê, de meu filho menor, todos os dias, me perguntava se eu queria ver seu pinto. Eu, brincava, pois minha vida corrida mal dá tempo para algo a mais. Ele, não satisfeito, me perguntava seu eu não queria ver o pinto dele que estava "dulo"! E, eu dizia que era porque ele queria fazer xixi, mas não satisfeito, oferecia uma troca: "- E meu "bundo", você quer ver..."

Pausa: como ele é menino, possui "bundo" que, segundo o "Orélio Familiar" é o masculino de bunda, coisa que só as meninas têm. 

Voltando: Também pudera! As revistas quando não falam do assunto com todas as suas letras, o fazem em suas fotos. Os anúncios são todos direcionados ao prazer infinito, quase orgasmático, que um sabão em pó pode proporcionar a um casal! Vender carro tem que ser à base de mulher de calcinhas sumárias e sutiãs minúsculos! Cerveja é sinônimo de mulher pelada e perfeitamente redonda! Até mesmo, desenhos animados, possuem mulheres estonteantes, semi-despidas, com os bicos dos seios entumecidos, gerando a curiosidade das pequenas mãos que passeiam por sobre nossas blusas a fim de ver se aqueles pontinhos existem nas suas super-mães, também. 

Fica difícil, muito difícil, educar nossos filhos da forma que gostaríamos de educá-los. Resta-nos acreditar em índole e princípios genéticos como aliados a fim de que possamos fazê-los ver, futuramente, o sexo não como banalidade, nem como fonte para sucesso, mas como uma coisa natural, de respeito e, principalmente, entre quatro paredes.

Um comentário:

Jô Turquezza disse...

Que mundo maluco é esse? Banalizaram o amor, que nem sempre vem com o sexo que fazem à vontade, sem ter o mínimo cuidado ou lugar.
Triste!
Todas as mães tem que ensinar aos filhos(as) a dar valor ao amor, sexo com amor.
Difícil para eles, mas tentemos.

Adorei que você voltou a blogar. Bem vinda a esse mundo lindo, que o Facebook tenha desfazer.

Vamos combinar uns Encontros aqui em Niterói, para você conhecer mais algumas que são minhas amigas.

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Beijos.